domingo, 27 de setembro de 2015

No bau encontrei varias cartas de minha falecida mae,nelas falava sobre sua vida e seus problemas conjugais.Apos ler muitas delas encontrei uma no fundo do bau lacrada com a data de seu falecimento curiosamente abri-lha para ler as ultimas palavras de minha queriada mae mais nao foi umas das melhores noticias que ja 

Sempre lutando pelo seu país , eu me resolvi fazer parte da guerra do Vietnã e se alista Procurando encontrar uma razão pra sua vida

eu no primeiro dia

la eu fui baleado nas costas , é um negro salvou a minha vida
Arrependido de todo preconceito que ele costumava ter percebe que não existe cor que designa quem é quem E sim o   coração  
                                    
                eu com o meu mais novo amigo depois de ter salvo a minha vida devo tudo  a ele
                                   
Nasci em Mississippi. no dia 26 de fevereiro de 1919, eu, Jonh Miller, venho carregando em meu corpo marcas de uma vida sofrida. Devido as complicações no parto, acabei pendendo a pessoa mais importante da minha vida, minha mãe Rochelle Miler. Devido a nossa baixa condição financeira, não tivemos condições de pagar um médico e o parto acabou acontecendo na rua.
Desde então passei a morar com meu pai, Joseph Miler, um engraxate negro que  era muito discriminado pela sociedade, pois além de ser um engraxate negro acabou se tornando pai solteiro e com isso nossa vida ia de mal a pior.
Durante toda minha infância moramos  com meus tios. Minha tia era dona de casa e cuidava de mim e meus quatro primos, meu tio, por sua vez, devido a crise de 29 se tornou um alcoólatra e vivia a migrar pelos bares da cidade, meu pai era o encarregado de trazer o sustento para nossa casa, devido a incentivos do presidente meu pai foi trabalhar em obras.
Apesar dos problemas que enfrentávamos, eu e meus primos abusávamos da sorte, brincávamos de atirar pedras em locais aleatórios e muitas vezes esses locais eram propriedades de pessoas brancas. Gostávamos de ir ate o bairro vizinho para fazer algumas molecagens como derrubar lixeiras, atirar pedras e roubar frutas. Em um belo dia fomos longe demais e sem saber acabamos por atirar uma pedra na casa de um soldado, ele nos perseguiu ate que conseguiu capturar meu primo mais novo, o soldado acabou torturando o pobre coitado em público até a morte.
Após a morte de meu primo, o preconceito e o racismo só aumentavam. Foi então que percebi que alguém teria que começar a fazer alguma coisa, pois não era viável viver nesse mundo coberto de intolerância.
Doze anos se passaram e eu acabei ingressando no exército afim de lutar e defender a honra de meu país, para ver se conseguia ao menos um pouco de respeito e decência nessa minha vida sofrida. Participei da Segunda Guerra Mundial na qual sofri bastante, levando tiros não fatais, vendo meus companheiros tendo partes dilaceradas por minas terrestres e todo tipo de desgraça acontecendo em meu redor. Quando achei que nada mais poderia piorar recebo uma carta da minha tia que dizia que meu pai foi assassinado por líderes da tão temida, KU KLUX KLAN, meu pai sofreu tortura e teve seu corpo carbonizado. Ao ler a carta, inconformado com tal notícia, juntei meus poucos pertences e retornei o mais rápido possível para casa.
Após mais uma grande perda resolvi voltar a morar com minha tia e meus primos, pois eram os únicos que ainda podia chamar de família. Passado algum tempo arrumei um serviço de entregador de jornais, onde entregava jornais pelas casas do bairro toda manhã.
Em uma manhã de um dia nublado, estava eu entregando os jornais pelas ruas do meu bairro, avistei então uma linda mulher negra, pela qual logo me interssei. Atravessei a rua e fui até ela e perguntei seu nome, assim descobrindo que seu nome era Judith Tyler. Logo começamos a conversar e desenvolvemos uma amizade.
Algum tempo depois nossa amizade acabou virando um romance, mas com esse romance também veio mais sofrimento, pois o racismo atingira seu auge. Se um negro sozinho já não tinha seus direitos imagine um casal de negros que não tem onde cair morto. Como meu salário não era dos melhores, Judith saiu a procura de um emprego, logo encontrando um em uma casa de família.
Meses após começar a trabalhar, Judith descobre que está gravida, e então apressamos nosso casamento. Foi uma cerimônia simples com apenas com alguns parentes. Pouco tempo depois Judith já não consegue desempenhar suas devidas funções em seu trabalho, e acaba por pedir demissão.
Sem condição financeira acabamos morando de favor na casa de minha tia. Foi então que no dia 21 de dezembro de 1953 veio ao mundo nosso primeiro filho, Christopher Miler. Após algum tempo notei que a cor da pele do garoto não era tão escura quanto a nossa, era moreno. Fui então perguntar a Judith se ela sabia o porque dessa diferença, ela não aguentou e acabou me contando que sofria abusos sexuais de seu antigo patrão e havia possibilidades do filho ser dele.
Com  quase certeza de que o filo não era meu, decidi sair de casa e a deixei morando com minha tia até ter condições de se mudar. Após trabalhar bastante, consegui alugar uma casa no subúrbio do bairro mais pobre da cidade, onde me deparei com as piores condições de vida que um ser humano poderia suportar e para piorar esse bairro era alvo direto da temida "KKK".
Apesar de não ter acompanhado o crescimento de Christopher, Judith sempre me mandava cartas relatando como estava a situação deles. Então que em 1968, Judith parou de me mandar cartas. Preocupado com o fato, procurei saber oque tinha acontecido e descobri que Judith também havia sido atacada pela KU KLUX KAN, assim não resistindo ao ataque. Foi então que tomei a decisão de procurar Christopher e pega-lo para criar.
Em um belo dia encontrei Chrisopher na rua de o reconheci pelos seus belos olhos brilhantes, mas ele não era mais um garoto, já estava se tornando um rapaz e se desviando para o sub mundo do crime. Foi então que contei quem eu era, o expliquei tudo oque se passou em sua vida quando nasceu. Depois de conversarmos bastante, acabei o convencendo a largar o mundo da perdição e me acompanhar para ter uma vida digna. Ele aceitou a proposta e então veio morar comigo, largando assim o mundo do crime.
No mesmo ano tive uma grande decepção, um dos meus maiores ídolos acabara de perder a vida, Martim Luther King, um ídolo para a nação afrodescendente, que lutava pelos direitos civis da população negra. Um dos maiores discursos memoráveis de Martin Luther King ao meu ver: " Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentamos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. Eu tenho um sonho que um dia está nação se levantará e viverá o verdadeiro significado da sua crença - nós celebraremos essas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos de os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar junto a mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho que um dia até  mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor da opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver um uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje". No ano de 1963 organizou um protesto que reuniu cerca de 300 mil pessoas em Washington.
Ainda em 1963, também ganharam destaques o grupo panteras negras e o ativista muçulmano Malcolm x. Ambos reivindicavam igualdades de direitos civis entre brancos e negros. Com a lei sessionada por John Kenedy no mesmo ano, os negros teriam os mesmos diretos que os brancos, fazendo assim uma só nação.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

          Enfim a segunda guerra acabou, e quando pensamos que tudo ia melhorar me deparei com problemas financeiros, pois meu país está passando por uma terrível crise onde todos estão sendo prejudicados, principalmente minha empresa de automóveis que estava totalmente falida.
          Me vi em uma terrível situação, onde pensei até em suicídio pois eu não tinha renda capaz de sustentar nem a minha família. O desespero me corroía, não sabia mais o que fazer.
          Então, um certo dia com a cabeça cheia, fui a um bar próximo a minha casa para tentar fugir  um pouco dos problemas bebendo, bebi muito, bebi demais, não sei ao menos se paguei a conta. Acordei com uma forte ressaca, largado na rua. Estava detonado perdi tudo, minha carteira e principalmente minha dignidade. Chegando em casa ainda transtornado com o efeito da bebida e com raiva de ter chegado a este ponto, descontei todas as minhas frustrações em minha esposa que nao tinha nada a ver como os meus problemas, foram socos, pontapés, tapas e ameaças, e ela me pedindo pelo amor de Deus que parasse.
          Eu não sei oque deu em mim para fazer isto, minha mulher e meu filho é tudo que me resta, nada mais me importa. Oque eu queria era que tudo ficasse bem, mas, infelizmente não tenho escolha, a não ser enfrentar meus problemas de frente.
          Quando a noite chegou fui novamente para o bar, entre um copo e outro, fico surpreso em rever minha ex-namorada Amélia, como estava linda com aquele vestido vermelho decotado, veio andando em minha direção com um sorriso safado no rosto. Sentou-se ao meu lado e começamos a conversar. Ela não parava de me provocar em momento algum, e logo ela me chamou para dançar, não sei direito oque aconteceu, só sei que não resisti a tentação e fomos direto pra o motel Damon's.
          Chegando lá conheci um lado dela que não poderia imaginar, ela era usuária de drogas pesadas e me influenciou a usar. Foi uma noite regada à sexo e drogas. Quando mi dei conta era tarde demais, tinha virado um usuário!!

          Sem trabalho e sem família não tinha mais motivo para ficar ali, pois tinha perdido tudo e resolvi ir atrás de uma nova vida na Índia, onde tinha uma irmã que a muito não via, Vanessa Angel. Ela é uma jornalista muito famosa e pagou minha viagem.
          Chegando la fiquei impressionado com a pobreza e o estado que eles viviam, logo encontrei com minha querida irmã que ficou surpresa em ver meu estado. Fomos para sua casa, contei toda minha história para ela, comovida e na esperança de me ajudar me ofereceu um emprego de fotógrafo, porém na África do Sul, mas antes me fez prometer que ia ao menos tentar sair das drogas
          No dia seguinte embarquei rumo a minha nova profissão. Durante a viagem, no avião, encontrei com pessoas que aparentavam ser os donos do dinheiro. Mas quando pisei na África me deparei com uma realidade totalmente diferente que estava acostumado, uma miséria fora do normal, pessoas magras aparecendo os ossos, elas viviam igual a animais. Vendo toda aquela cena a imagem de minha família veio a mente e não pude conter minhas lágrimas. De repente veio um garotinho que aparentava ter no máximo 7 anos, chamado Habib. Falando de um jeitinho meio embaraçado me perguntou porque estava chorando.
          Fiquei surpreso de ver um menino com tanta dificuldade se preocupar comigo, e respondi:
          - Porque tenho um filho da sua idade, e estou com saudades dele, muita saudades!
          Então aquele pequeno menino tão inocente me abraçou sem ao menos saber de nada de minha vida. Ficamos conversando por um bom tempo e no decorrer da conversa perguntei a ele onde estava sua mãe e ele simplesmente respondeu:
          - Ela morreu de fome!
          - Habib, gostei muito de ter conhecido você, mas agora tenho que ir. Quando já estava partindo, ele me perguntou se não poderia ficar comigo. Não me conti e logo permiti.
          Fomos para o hotel que minha irmã havia reservado para mim. No caminho vi muitas crianças e famílias que precisavam urgentemente de ajuda, queria poder ajuda-los, mas no momento não pude. Prosseguimos então para o hotel, fiquei feliz em saber que iria logo logo iniciar minha nova profissão, estava muito ansioso para mudar, ou pelo menos tentar melhorar minha condição financeira e a da minha família.
          Enfim chegamos, o garoto ficou encantado com o hotel, pois nunca tinha visto uma lugar com tamanha beleza. Ao entrarmos no quarto pedi algo para podermos comer, ele comeu tanto que passou mal. Coloquei-o para dormir para vê se melhorava um pouco, deitei do seu lado para ficar o observando por um tempo e verificar se iria melhorar, mas acabei pegando no sono, e só fui levantar na manhã seguinte.
          Levantei-me com a cabeça em fotografias, e fui logo tomar um café reforçado com a companhia de Habib. Então o perguntei se queria me acompanhar e ele sorriu e abanou a cabeça que sim. Fomos então conhecer a verdadeira África, fotografar sua realidade. Nunca pensei que fosse conhecer um lugar como esse, com tanta desigualdade social, mas mesmo assim não pude deixar de reparar que as crianças daquele lugar ainda achavam motivos para sorrir. Fotografei lugares onde a felicidade passava longe e outros onde a felicidade estava sempre presente.
          Depois de tantas fotografias, fomos para o hotel descansar para que no outro dia nossas energias estejam revigoradas, para conhecer o outro lado da África.
          No amanhecer do dia, Habib e eu fomos conhecer o resto da África. No começo fiquei pensando porque só havia visto negros naquele lugar e comecei a me questionar se não havia brancos. Andamos por  mais um tempo, até que a um certo ponto, do nada barraram Habib, e falaram que por ele ser negro não poderia entrar, pois espionaria o lado rico do País para repassar informação para alguém. Pensei até em voltar com ele, mas teria que antes acabar meu trabalho. Então pedi para que meu pequeno amigo voltasse e me esperasse no hotel.
          A medida que tirava fotos, perguntava para as pessoas o porque daquela divisão e descobri que aquilo era chamado como política de apartheid, onde negros eram proibidos de pisar. 
          Logo a frente havia uma multidão reunida, corri até lá para saber o porque, e foi então que vi aquele pequeno garotinho estirado no chão. Habib tinha entrado escondido para me seguir, e acabara sendo morto por aquelas pessoas. Aquele acontecimento acabou comigo, e dinovo a cena de meu filho veio em minha cabeça e me atordoou. 
          Naquele momento, vi que meu lugar era ao lado de minha família que de um jeito ou de outro precisava de mim.
          
           No amanhecer do dia fui as pressas para o aeroporto, pois não aguentava mais a ansiedade de ver minha família e poder pedi perdão por tudo oque fiz. O voo para Índia foi longo e parecia não ter fim. Na viagem fiquei pensando em Habib que marcou minha vida na África.
          Quando o avião aterrissou na Índia fui as pressas para casa de minha irmã para podermos acertar a conta de meus serviços prestados. Trabalhei por pouco tempo, o dinheiro não seria grandes coisas, mas me ajudaria num momento tão difícil. O avião para Inglaterra partia no dia seguinte, passei então a noite por lá.
          Minha irmã me arrumou um café e depois partimos para o aeroporto, nos despedimos e lá fui eu, viajando por mais um longo tempo até chegar na Inglaterra. Quando novamente vi o avião aterrissando senti um alívio de saber que enfim iria rever minha família. Parte de mim estava com receio, mas outra só queria correr logo para casa  e matar essa saudade!
          Enfim eu estava em casa, quando abri a porta me deparei com meu filho que gritou:
          - MAMÃE, PAPAI VOLTOU PARA CASA!!!
          Aquela cena me comoveu muito, e bateu um grande arrependimento do passado, brigas, traições, bebedeiras...
          Eu sei que nossas condições não era das melhores, mas eu tinha certeza que logo tudo iria novamente se ajeitar.
          

                                     Diário de Appolayne


     Uma jovem de raízes italiana, filha de um renomado francês Louis Lamounyer e uma condessa italiana, Valentina Lamounyer. Nascida em 1896, na cidade de Cannes interior da França. Appolayne Lamounyer uma jovem de 23 anos sedutora e provocante de cabelos negros, com um corpo exuberante amostra, que atiçava todos os homens parisienses. Dona de um cabaré muito bem frequentado e renomado da cidade de luz.
     Layne, filha de uma família remunerada, onde seus pais eram artistas de grande porte. Sua criação era rígida, no padrão conservador da sociedade de Paris. Onde obrigava a estabelecer as normas que a parecesse ser uma pessoa totalmente comportada. No entanto, ela não se encaixava no padrão que era exigido. Com a insatisfação de sua vida monótona, seus pais a mandaram para um convento onde deveria aprender os costumes e regras...




Capítulo 1 - 
                                                                 Enfim Livre

         

     Olho através da janela embaçada, do lado de fora o céu nublado com corvos voando em círculo como se tivesse morrido algo sútil. O meu corpo está se desfazendo, sinto que estou enterrada no mais profundo buraco da superfície da terra, estou morta há séculos. A rotina me persegue, todos os dias me deparo com velhas esquisitas encobertas da cabeça aos pés. Estou há 3 meses trancada nesse lugar sombrio e frio. Planejo à minha fuga há mais de uma semana, para minha alegria ela se torna mais real e possível de acontecer. Dá adeus a esse lugar. Conseguirei ver com mais clareza a minha liberdade e a independência que anseio há anos. 
   
    A noite caí, e o silêncio toma todo o casarão, estou esperando o bote certo, as velhas estão dormindo há tempo, parece que estão mortas , desço as escadas despreocupada abro a porta da entrada, estou a um passo de ver a minha liberdade, para a minha grande surpresa o alarme soa, o silêncio que se propagava se desfez em grande barulho. Corro o mais rápido possível para sair desse hospício, sinto as algemas se soltarem, quando deparo que finalmente estou livre.
    A noite na cidade de luz é fria, ando sem rumo, sinto que estou perdida, até me deparar com um homem esquisito andando em círculos mais perdido do que eu. Fico curiosa ao perceber seu desespero em seus olhos, até que percebo que ele também me observa. Posso estar louca, me sinto movida pela adrenalina e decido me aproximar, seu semblante passa de triste para curioso (esse homem não irá me machucar). 
     - O que uma moça de Deus, está fazendo sozinha a essa altura da noite? 
      Um nó em minha garganta se forma, tento não demonstrar a minha insegurança, dou um forte suspiro e respondo:
    - Sou de Deus não senhor, essa fantasia é uma faixada. Ele me observa com um ar "safado" e me pergunta.
    -Está com fome? 
    Estou faminta, com sede e cansada. Sem responder ele me toma a mão, caminhamos em silêncio da noite...
    Entro pela porta do fundo, a uma música dançante. A nudez das mulheres me impressiona, homens de farda com drink's na mão, ouriçados e cheios de desejos. Percebo que é um "bordel"...
Acho que ele percebeu meu espanto, me leva pra uma área mais reservada. Para meu agrado vem logo me oferecendo algo de comer e um tipo de bebida bem convincente. Despercebida, ele se aproxima e sussurra ao meu ouvido o seu nome que me faz arrepiar.
    -Coronel Charles Degô!
Continuamos apreciando nossos drink's e rimos de uma maneira extravagante, estou me sentindo a vontade com um homem extremamente esquisito, até umas horas atrás...
    Os raios solares me desperta e penetram em meu rosto me dizendo que estou livre... E nua!

                       


Capítulo 2  - 

     Ando pelas ruas,atenta percebendo tudo ao meu redor.As pessoas expressam sentimento de revanchismo por causa da tomada de terras.A visto um cartão postal de Paris,uma caffeteria e no mesmo instante me pego desejando aquele delicioso café.Entro,e um pequeno sino na porta avisa que estou entrando.Me sento próximo a uma janela para apreciar a bela vista da torre Eiffel. Sou atendida por um cavaleiro bonito e gentil,faço o meu pedido e no mesmo instante aparece o garçom,co uma bandeja sw café e aperitivos.Ao degustar o meu pretinho favorito de Paricense, me perco em pensamento e lembro das longas palavras que o Coronel Charles Degõ havia me contado na noite passada.
      "Tudo está em caos, à cidade que é tão bonita, passa por um terrível desespero. Pessoas morrendo a cada instante, só há medo, raiva e sentimento de vingança. Pela segunda vez todos presenciam um cenário drástico, onde a Europa toda acaba sendo envolvido numa rivalidade em questão de desrespeito criado pela divisão da África e da Ásia. Todos lutam por mais poderes, realizando a expansão territorial e colocando em risco a paz mundial."
     -Aí! Desgraça. Me queimei devido a minha concentração nas falas do coronel.


Cap: 3                                   Primeira dança
                                                 

     À noite caí, e tomo coragem de voltar ao "Cabaré". Coloco roupas bem extravagantes para demostrar que hoje é o meu show. Luzes por todo canto, bebidas pra todos os gostos, músicas sensuais e sorrisos estampados. E obvio, à safadeza está em toda parte subo no palco, e faço minha apresentação de ¨cancan¨. Danço como se fosse a minha última noite, meu corpo se estremesse, e um fogo toma conta do meu ser, pedindo por uma noite de amor. Fico excitada só de pensar que todos me desejam. Ao longo da noite meus olhos devora a grande orgia que há naquele ambiente pecaminoso. Vejo um vulto, uma pessoa alta de extrema elegância que se sobressai apesar de estar com o corpo e rosto coberto com aquelas túnicas burga...

Cap: 4                                                          Gabrielle

    Puxo seu braço a fim de perguntar o que houve, mas em desespero a dama de longas vestes preta se afasta com medo. Tranquilizo-a e falo que vai ficar tudo bem. Sua postura logo se muda e é evidente que está mais aliviada.
    Peço que me acompanhe para um ambiente mais reservado. Pela minha surpresa ela logo me segue com longos passos. Logo em seguida, fico curiosa pelas vestes que cobria seu ser. De repente suas mãos fazem movimentos rápidos para a retirada da parte superior de sua burga com os meus olhos vidrados em sua postura, me deparo com um rosto conhecido.
     -"Caralho”! Meu Deus, Coco Chanel!
    Fico sem reação pelo fato de ver uma das mulheres mais renomada do mundo da moda... Criamos certa intimidade em pouco tempo e a convido para tomar um licor.
    Entre palavras ela me conta o motivo de sua presença em um lugar tão vulgar, por ser uma dama tão delicada. Fico em choque e percebo que sua historia é parecida com a minha, e foi aí que nos identificamos uma com a outra.
    A noite se passa e aquele rosto já se torna mais familiar para mim, caímos na gargalhada, de repente aos altos sons, ela se aproxima e me surpreende com um beijo...
     As horas logo se passam, e depois de uma longa e surpreendente noite acordo e me olho no espelho.
    Olho no espelho me surpreendo com a minha nudez. Minhas roupas estão espalhadas por toda parte. Vejo-a deitada na cama de bruços, ela realmente tem um corpo delicioso. Corro para a janela para refletir, tudo está confuso.
     "Onde fomos parar!"
     Tudo aquilo é novo, mas eu gosto. De uma hora pra outra penso no coronel, não com um desejo carnal, mas sim com interesse financeiro.
Cap:5
     Imagens da noite anterior perambulam em minha cabeça.
     Afinal o que quero?
    Porém, surge uma ideia, malévola. Telefono para o Coronel e coloco minhas ideias em prática. Estou com aquela certeza de que tudo dará certo. Afinal quero o "Cabaré".
     Ao longo de dias e dias me envolvo com Charles, porem não posso por meu plano em risco. Faço um papel de uma mulher dócil para domina-lo. Quando tudo parece normal percebo que meu plano está cada vez mais perto de concretizar!
     Coloco uma roupa seduzente, um perfume excitante e finalizo com uma bela maquiagem, estou maravilhosa, não tem como falhar! Disse para ele que hoje é o meu aniversario, mas ele não espera que de presente eu peça a sociedade do "Bordel". Antes de sair pego a papelada que preparei a semanas. Com uma assinatura eu serei poderosa!

Cap:6                                                   Domínio Total

    Estou a quase uma hora esperando, até que Coronel passa pela porta com um ar preocupado. Percebo em sua maneira de sentar que está tenso. Antes que eu pergunte algo Charles solta um conturbado desabafo:
    - Acabamos de formar a Tríplice Entente com a Rússia e o Reino Unido! A guerra vai começar. E pelo o que tudo indica em breve teremos confronto direto em trincheiras...
     Fico abismada com a nova informação. Uma Grande Guerra está para se formar. O momento perfeito para tomar frente do "Cabaré" já que Charles ficará muito ocupado.
    Tomamos Licor e conversamos durante um grande período da noite, e a acabamos na cama. Antes que o coronel vá embora faço um charme e o convenço de assinar a papelada me tornando dona daqui!

Cap:7                                                     De Mal a Pior  

     Desde que eu consegui o domínio do Cabaré, tenho pouco contato com o Charles, ele se mantem muito ocupado, às vezes manda cartas perguntando dos negócios, que alias vão bem mal.
     Nesses meses que se passaram a economia Francesa e dos países envolvidos diretamente a Guerra, esta péssima as indústrias estão todas indo a falência, gerando um grande desemprego no pais. Ninguém está tendo dinheiro, o que me causou a diminuição de clientes.

Cap:8
                              


    Logo após um delicioso almoço com Gabrielle, decido ir para Place de la Concorde. O clima está agradável, estou usando um dos modelos novos de Chanel. A noticia que li ontem em um jornal me abalou muito. E me fez pensar que provavelmente Coronel deve está morto.
     Alemanha está com mais forças na Guerra, pelo que tudo indica os Estados Unidos ira entrar para a Tríplice Entente no lugar da Rússia. Espero que essa Guerra acabe logo e que a economia se estabilize novamente.

Cap:9                      Fim da Grande Guerra!!! Fim de Charles Degô!

    Hoje ficou marcado com o fim da Guerra. A população parisiense está em festa, pois a Alemanha foi obrigada a assinar o Tratado de Versalhes onde tem fortes restrições e punições entre elas tendo que devolver à França a região da Alsácia Lorena.
    Coco veio me visitar essa noite, ela me beija com desespero e me diz que estava com saudade, pego uma garrafa de champanhe e sirvo duas taças para gente. Passamos a noite conversando, Gabrielle parece ter se apaixonado novamente, mas não entrou em detalhes de quem seria. Pouco me importa também, contanto que eu tenha essa mulher nua em minha cama hoje...
                   

Cap: 10                                                     Nova Guerra
          
     Nunca pensei que viveria para presenciar uma nova guerra, mas aconteceu! Novamente junto com o Reino Unido a França declara Guerra à Alemanha que promete criar uma "nova ordem" na Europa. Estou desesperada, há dois dias os nazistas de Adolf Hitler invadiram a Polônia a fim de aumentar suas terras.
     Nessa hora me preocupo mesmo com minha velha amiga Gabrielle, no momento sei que ela é amante de um oficial Alemão chamado de Hans Gunther.


Cap: 11                                                     Adolf Hitler 



     Noite passada recebi a ilustre visita de Gabrielle, que ultimamente estava muito sumida. De presente me trouce maravilhosos colares de sua marca. 
     No decorrer da noite ela me fez uma revelação, que neste tempo que havia sumido estava em Madri (Espanha) a serviço de espionagem nazista. Coco me contou que fez uma grande aliança com Hitler que a beneficiava financeiramente.
     Isso me deixou muito assustada ¨como ela pode se envolver com tamanha sujeira como esses alemães?¨ Gabrielle definitivamente me decepcionou.

Cap: 12                                                      Negócios
     
     Retomo a me preocupar com a situação financeira do cabaré. Desde que Charles ¨faleceu¨ os negócios vão mal. Essas Guerras pós Guerras (que finalmente acabaram), estão destuindo com toda a economia francesa e um pouco até mundial.
     Neste período Gabrielle q vem se saindo bem, estamos vivenciando uma época voltada para a moda, onde Paris tem sido indicada como um polo de sofisticação. 
    Tenho novas ideias para o cabaré, primeiro preciso contratar belas e novas dançarinas ninfetas. Segundo, fazer um novo show onde as novas garotas chamem a atenção de novos fregueses.

Cap :13                                               Muro de Berlim   

     Neste final do ano de 1961 só se fala do tal muro que se formou dividindo a Alemanha Ocidental e Oriental. Ficando assim um conflito entre capitalismo e socialismo. A construção do ¨ Muro de Berlim¨foi devido a polarização politica que a Alemanha estava vivendo.
                                                      

 Cap:14                                                             Final de Tudo...                                                            

    
      -Os anos se passaram e nesta caminhada da minha vida tive a chance e o azar de presenciar   Grandes Guerras. baixas e altas na economia, e tive o prazer de conhecer inúmeras interessantes pessoas. Ninguém consegue imaginar coisas que uma velha prostituta vivenciou e escutou nessa trajetória. 
     Depois de tantos anos nunca mais ouvi falar de Charles, mas mesmo assim o agradeço imensamente por ter assinado aqueles papeis e também por tudo que me ensinou.
     Sou grata também ao meu grande amor Gabrielle, por ter sido minha cúmplice e por confidente durante todos estes anos.
     Enfim. No decorrer de minha vida Guerras e conflitos esteve presente, e para variar neste final de minha vida ainda tenho que presenciar esta Guerra Fria que no meu intuito não viverei o desfecho dessa história, dessa Guerra.
                                                       
                                        



1929
  
Meu nome e John Alan Smith,tenho 18 anos e escrevo esse diário para manter meus familiares cientes do que esta acontecendo comigo.Hoje e um dia horrível pra mim, vendo minha família , meus pais , meus tios meus primos, toda sendo humilhada , implorando para ganhar uma caneca de sopa .
Morava em uma fazenda junto ao meu pai, perto de Nova York. Meu pai é Adam Smith adoravam a fazendo, pois não se adaptava a cidade , e adorava ter contato com a natureza e foi assim que eu fui criado.
   

1930 

Nesse ano agente voltou a morar na fazenda, após um longo período morando nas ruas de nova York. Nesse ano as coisas começaram a se acertar no país, meu pai conseguiu voltar a trabalhar e eu cuidava da fazenda, e todo final de semana agente acostuma ir a lagos nadar e tomar banho de sol foi em um desses passeios que eu descobrir o amor da minha vida, o nome dela é Gina Foster, filha de um fazendeiro vizinho. Não demorou muito para agente se casar.
  
1932

Depois do grande susto, da grande depressão meu pensamento era um só, o que será do nosso país, não tinha condições para comprar ou construir uma casa, por isso eu e Gina fomos morar com meu pai e evitar gastos, pois estava com medo doe houver crise novamente, mais desta vez foi diferente, o país entendeu que era hora de mudança e então apareceu um novo presidente com belos discursos, Roosevelt foi o homem que ajudou o país a sair dessa crise.
Nesse ano também, eu e o tio Ben fomos começar um novo negocio , fizemos uma pequena horta e um galinheiro, para vender verduras e ovos para ajudar no orçamento da casa já que meu pai e meus tios mais novos eram os únicos que trabalhavam.
Rapidamente toda a região ficou sabendo do nosso pequeno comercio, foi quando as coisas realmente começaram a melhorar, ate tivemos que comprar um cavalo com uma carroça, para levar a mercadoria ate a cidade.   


1935

Comecei a escrever no diário depois em que minha família e meu país estavam em crise, pois estava em um momento trágico e tinha que me manter firme, pois então, esse ano apos um longo período sem escrever, achei o diário e quis manter-lo informado. Em 1933 quando de vez o país se reergueu, consegui tirar um pouco de tempo para mim, conseguir contratar dois funcionários, e fiquei um tempo afastado do serviço.minha mulher engravidou em janeiro de 1934, e em setembro veio ao mundo meu belo filho John Adam , como homenagem ao meu pai, mais antes disso tudo acontecer, eu e minha esposa Gina ficamos um bom tempo separados , eu morando em minha casa e ela morando com os pais dela , pois eu realmente deixei ela de lado pra me entregar ao serviço , enquanto ela não fazia nada para ajudar nem na horta e nem em casa, gostava muito de ir nadar no riacho e usar roupas indecentes mostrando a canela e o decote. E assim agente ficou um tempo separado cada um em sua casa. Mais com a medida do tempo fui conseguindo um tempo para mim vindo assim começar a voltar a namorar minha esposa.

1937

Nesse ano novamente começava outra crise, uma crise de desemprego que afetou e muito os estados unidos. Li em um noticiário que chegava a dez mil operários desempregados, e com a taxa de desemprego alta, logicamente sobrou para os comerciantes, logo agora que eu tinha acabado de me mudar da fazenda para a grande Nova York, esta tendo uma vida calma e tranqüila, mais tive que voltar para o campo e trabalhar novamente. 

1939

Depois de um tempo sem escrever, apertado de tanto serviço, hoje finalmente conseguir voltar a escrever, a pouco mais de uma semana vi num jornal que o país estava ameaçado a ter uma suposta guerra. Eu sempre fui um menino do interior não sou muito de ler , mais desta vez o assunto me interessou , odiava ver guerra e gente passando fome, me fazia lembrar da vez que moramos nas ruas.
Estou em estado de choque, ate parece que eu estava adivinhando, esta manha recebi a noticia de que eu fui chamado para servir o país nessa tal guerra.
Foi triste para eu ter que despedir da minha família e de tudo que eu construir nesse tempo, por isso tentei me esconder por alguns dias na casa de meu sogro, mais minha família foi ameaçado se eu não me apresentasse ao exercito.
Para servir o país , os oficiais me obrigaram ,fui tratado pior que um animal. La no campo de treinamento, fui mais maltratado ainda, me bateram me ofenderam, me fizeram limpar deste a quadra ate os banheiros, me fizeram corta grama, muito treinamento pesado ,mais não me ensinaram a tirar , participei de 2 ou 3 aulas de tiro ao alvo.
Odiava ser chamado de soldado Smith mais para não sofrer mais tive que entregar e se tornar um bom soldado.



1941

Meu coração esta apertado estou muito desesperado, hoje recebemos a noticia de que nosso batalhão ira para Alemanha atacar. Eles são muito covardes muitos soldados e mandam na frente estudantes e inexperientes. 
Lá vamo-nos, todos com o coração partido dentro dessa caixa voadora, confesso que estou morrendo de medo, deixei escrito varias cartas para minha família ficar sabendo noticias minhas.
 Chegamos à Alemanha, não vejo saída, me escondi igual a um rato, mais aos ver amigos soldados sendo baleados , algo em mim mudou ,criei coragem e fui, passei a noite em meio à guerra.

1949

Meu nome e John Adam Smith, tenho 15 anos, acabo de receber noticias de meu pai que morreu em confronto, e acabo de receber esse diário . 
Para que todos que lêem saibam, eu e minha mãe continuamos a morar e cuidar da nossa fazenda, transformamos algo que já era grande em maior ainda, hoje distribuímos vegetais para todo o estado. Minha mãe diz que meu pai era o homem da vida dela e que não pretende arrumar outra pessoa, meu avo morreu quando descobriu que meu pai iria para guerra, minha família se recuperou totalmente da crise e nos tornamos uma família com grande nome. Todos conhecem a família Smith por causa de meu pai.








quinta-feira, 10 de setembro de 2015


   Parado.

Sentado sobre a cama do alojamento.






   Pego aquelas cartas e começo a lembrar de toda a minha história, todo o meu passado, até mesmo o dia em que nasci, o dia em que meus pais Henry John Brinsley Manners, e minha mãe Melanie Evam Beneth, me deram desde de 1910, o nome de Joseph McKenna Brinsley, por um sonho de me tornar também o General Joseph.


   Tenho em mãos as correspondências que meu pai escrevia a mim, as cartas que durante 10 anos minha mãe escondeu. A que mais me deixou e ainda deixa pensativo, até mesmo me fazer sentir vingativo é a última de meu pai, pelo menos a última que chegou ao meu correio.


" Querido Filho Joseph,


   Se esta carta chegou as suas mãos, significa que seu velho deixou a guerra, mas não porque eu desisti, tenha certeza que eu lutei ate meu ultimo respiro, salvarei todos os soldados e famílias que conseguir. Estou te escrevendo hoje pois tive um sonho, em que eu atrás das fronteiras de um uma base militar, fui bombardeado pelo ataque aéreo do inimigo.


   O odor fétido, nos penetra garganta a dentro ao chegarmos na nossa nova trincheira, a direita dos Éparges. Chove torrencialmente e nos protegemos com o que tem de lonas e tendas de campanha verdadeiras nos muros. Ao amanhecer de um novo dia constatamos estarrecidos que nossas trincheiras estavam feitas sobre um monte de cadáveres e que as lonas que nossos antecessores haviam colocado estavam para ocultar da vista dos corpos e restos humanos que ainda haviam.





   Filho, mais de 9 milhões de combatentes foram mortos, em grande parte por causa de avanços tecnológicos que determinaram o crescimento enorme na letalidade de armas, como no meu sonho.


   Nunca me imaginei te falar isso por carta, muito menos agora, sabendo que você ainda é novo e sei que de certa forma não vai me entender. Mas quando crescer lute pelo seu país filho, como eu lutei. Que viva como nunca viveu, que ame como nunca amou, que tenha sonhos, que os realize e acima de tudo que nunca desista.


   Espero que um dia, não importa quando, estarei esperando por você e sua mãe, de braços abertos e pronto pra dizer que amo incondicionalmente vocês;


De seu pai, Henry."

   Logo sai de meus devaneios com o general Erwin Rommel daquele exercito perguntando apenas por curiosidade, se aqueles papeis tinham fatos sobre a primeira guerra. Sem pensar muito resolvi me abrir com ele, tinha naquele momento a chance de ser expulso, mas me sentia seguro para conta-lo toda a verdade.


   " - Tem sim – disse a ele – conheci um homem que presenciou a primeira guerra mundial, que participou, batalhou e foi um dos que não conseguiram sobreviver, sou o filho do Duque e também general Henry Brinsley. Sou um nobre inglês que durante 4 anos vi pessoas morrerem dentro de minha casa, vi minha mãe implorando vida aos soldados da Tríplice Aliança que à queriam morta. Encontrei esconderijos, vi casas sendo derrubadas, vi crianças sendo atingidas por balas. A primeira guerra foi o sexto conflito mais mortal na história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias mudanças políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas. - o General boquiaberto, ouvia cada palavra cuspida por mim, a tanto ódio, mágoa e dor eu prossegui – Se agora o senhor sabendo toda a história for me punir, por não ser costume de nobres não irem ao fronte de guerra, que seja me deixando participar desta; mesmo que eu não sobreviva, quero fazer a morte de todos os falecidos valerem a pena. - Ele me interrompeu e perguntou como foi o fim da guerra, por minutos parei lembrando cada palavra que havia naquela carta. Comecei lendo a mesma e disse que como ele vi a noticia sobre os jornais.


"A partir de 1917, a situação começou a alterar-se, quer com a entrada em cena de novos meios, como o carro de combate e a aviação militar, quer com a chegada ao teatro de operações europeu das forças estadunidenses ou a substituição de comandantes por outros com nova visão da guerra e das tácticas e estratégias mais adequadas; lançam-se, de um lado e de outro, grandes ofensivas, que causam profundas alterações no desenho da frente, acabando por colocar as tropas alemãs na defensiva e levando por fim à sua derrota. É verdade que a Alemanha adquire ainda algum fôlego quando a revolução estala no Império Russo e o governo bolchevista, chefiado por Lênin, prontamente assina a paz sem condições, (Tratado de Brest-Litovski) assim anulando a frente leste, mas essa circunstância não será suficiente para evitar a derrota. O armistício que pôs fim à guerra foi assinado a 11 de novembro de 1918."


   E por fim daquela manchete, tinha a foto de soldados recolhendo o cadáver de Henry John Brinsley Manners, melhor dizendo meu pai.





   O mesmo surpreendeu-me emocionando, contando que também tinha uma história bem parecida, havia me aceitado apenas porque Charles era o príncipe do Reino Unido e não fazia ideia que éramos amigos.


   Já é noite, não sei ao certo o que vai acontecer amanhã. Só sei que neste momento encarando aquele velho rosto, com traços cansados e preocupados, que defini ao certo ser medo e saudade de sua família, afinal, como ele, penso na mulher e filho que deixei em minha cidade natal.


   Fomos dormir e acordei de repente com um alarme inesperado. Estávamos começando a segunda guerra mundial, por conta da invasão do exercito alemão na Polônia, neste instante nós e França nos unimos e declaramos guerra à Alemanha. Sabíamos que o tratado de Versalhes pode ter sido a causa indireta para a guerra, pois foram impostos rígidos pagamentos para a Alemanha e houve uma elevação exagerada dos índices inflacionais. Com a implantação do III Reich, o Tratado foi desrespeitado levando a reorganização das forças armadas e ao desenvolvimento da produção de armamentos. Iniciava-se então a politica de expansão territorial, proclamando a necessidade de que toda a raça germânica tivesse um espaço vital.


   O tenente me enviou a Polônia com urgência, cheguei no país e fiquei boquiaberto. A Polônia está sendo um dos países mais arrasados. Sua entrada no conflito está uma tragédia traumática. Aqueles retardatários que são chamados de exército alemão e exército da União Soviética, chamado de vermelho desencadeou o início dos conflitos com uma invasão detalhadamente planejada. Por fim o exército Polonês teve de escolher entre a rendição ou o extermínio de suas forças.  Estima-se que 6 milhões de Poloneses padeceram durante o conflito. Os Judeus foram apenas uma parcela dos poloneses perseguidos e mortos. Qualquer resistência civil era fortemente reprimida.


   Por questão de segundos vi no meu superior a imagem daquele que me inspirou a ser um soldado valente, ajudando aqueles combatentes caídos sobre o chão, tentei de alguma forma fazer o mesmo, leva-los a um lugar seguro, até que o ataque cessasse. Durante aquela guerra, o mesmo estando muito ferido, eu vi alguns ratos correndo debaixo dos casacos dos soldados, ratazanas gordas por causa da carne humana. Meu coração ficou apertado, assim que subimos para ver um dos corpos. Seu capacete caiu e rolou. O homem apresentava um rosto deprimente, com tiras de carne arrancadas; o crânio descoberto, os olhos devorados e da boca aberta apareceu um rato; e por fim com um tiro certeiro ele não sobreviveu a segunda guerra recém iniciada.


   Ouvimos o outro lado cantando músicas e, mesmo sem entender a letra, todos conheciam a melodia, afinal, até nós conseguiríamos reconhecer a música, já que “Noite Feliz” é uma canção universal para celebrar o Natal. Foi assim que vimos quanto tempo já havia se passado. Este episódio da morte de meu superior, e a canção natalina, fica como exemplo de que os homens lutam, muitas vezes, porque são obrigados, não porque desejam o conflito, nem todos que vão a guerra são soldados.


      Após ter que presenciar um país inteiro entregando-se a outro, fui enviado de volta ao meu país e exército. Consegui ajudar e salvar muitos poloneses, mas com o extermínio de Judeus eu consegui apenas fazer o que era possível como homem, não o que eu queria realmente.


   Se deixasse minha comida de lado os ratos logo a atacariam. Os ratos não tinham medo. Às vezes nós atirávamos nos nojentos roedores. Mas eu poderia ser punido por desperdício de munição, se o sargento pegasse.


   Ainda estou atolado nesta trincheira. Depois que o general faleceu, derrubaram as nossas tendas. Não me lavei. Nem mesmo cheguei a tirar a roupa, e a média de sono, a cada 24 horas, tem sido de duas horas e meia. Não creio que já tenhamos começado a rastejar como animais, mas não acredito que me tivesse dado conta se já houvesse começado: é um questão de somenos. Nosso cotidiano era perpassado por enormes dificuldades, as valas viviam cheias de águas das chuvas que misturavam na terra e formavam os barros que grudavam nas meias e botas, geralmente quando os barros secavam nos nossos pés, tínhamos que cortar o couro do pé para conseguir retirar as meias. As febres eram constantes , as micoses e frieiras.





   Demos fé de que o ataque em 1941 tivesse sido intencional e na noite seguinte, 81 bombardeiros da RAF, que era a Força Aérea Real  e seguiram para Berlim, detonando um ataque surpresa, e o repetiram dias seguintes até o final do mês. Furioso com a nossa ousadia britânica, Hitler ordena a Goering que arrase a capital. Partindo deste ponto, os ataques alemães voltaram exclusivamente a Londres, e parte dos objetivos militares foi esquecida.


   Foi um dia quente e desanuviado em Londres e, quando o crepúsculo absorveu a tarde, sabíamos que ia ser uma noite sem nuvens, salpicada de estrelas e de lua cheia. Mas não sabíamos, ainda, que aquela noite ia mudar o curso de história. Era simplesmente sábado, 10 de maio de 1941.


   Havia, naquela ocasião, uns 50 representantes e formávamos um grupo de desanimados, na maior parte. O nosso exército fora forçado a recuar no Egito e previa-se que a próxima perda seria o Canal de Suez. O número de civis mortos subia a 43.000. Mas Londres continuava de pé, embora cansados, estávamos firmes e resolutos.


   Com essa situação naquela noite, em maio. Fui promovido, após batalhar pela vida de meus companheiros, por lutar realmente pelo meu país, todos os dias, como se fosse meu último, o sonho que meus pais tanto almejavam se concretizou. O Savoy, que era uma vila localizada no estado americano de Illinois, no Condado de Champaign, reservara uma sala para a imprensa, havia várias mesas na pequena sala, uma delas com um tabuleiro de xadrez, sobre o qual se debruçavam jornalistas, completamente alheios à barulheira lá fora. Ouvia-se a batida monótona de um teletipo, mas era um som tranquilizador. As estações do metrô tornam-se o abrigo de vários de nossos londrinos.





   Além das explosões quase constantes, ouvia-se um ronco surdo e confuso que parecia encher a sala. Fui até a rua. Lá fora o ronco continuo era mais alto. Do meio do rio, pequenos barcos extintores lançavam contra as labaredas esguichos pateticamente fracos. A água parecia até alimentar as furiosas línguas de fogo, que subiam cada vez mais alto.


   _ A RAF informou que hoje há mais de 400 lá em cima. É muito avião! - O Tenente Bob Post me disse e eu indaguei – E nós, quantos já derrubamos? - Com um suspiro de vitória e de desanimo ele falou em palavras lentas - Só oito, As baterias antiaéreas não alcançam a altura que eles estão.





   Alguns meses depois, as baterias antiaéreas de Berlim alcançaram a altura do B-17 em que estava Bob Post e ele morreu.


   Os jornalistas daquele dia dirigiram ao ministério de informações. Lá estávamos. Com passo vivo, entrei na sala e invés de uma cara desanimada, estava eu sorridente.


   _ Foi uma noite daquelas – disse, com uma falta de ênfase que caracteriza nós ingleses – Os danos foram grandes. Não atingiram a estação de força de Battersea, mas em compensação atingiram quase todo o resto. Faltou água; estão tentando utilizar a do Tamisa, por meio de bombas, mas só daqui a 24 horas é que os incêndios poderão ser dominados. Os senhores devem ter achado o bombardeio muito sério, e foi de fato a pior blitz que já sofremos. Mas fiquem sabendo de uma coisa – acrescentei calmamente – creio que ganhamos a guerra nesta noite.


   Notei o espanto daqueles jornalistas e sorri, assim prossegui – Podem crer que nós estamos extremamente satisfeitos – continuei – Os senhores talvez se recordarão desta noite como a mais terrível por que já passaram. Para nós será a noite em que provamos aos alemães a futilidade de seus bombardeios noturnos. Talvez venha a ser lembrada como a noite em que a Inglaterra foi salva.


   Após todo aquele discurso sai do edifício e vi de fato a fumaça se dissipar e despontava um sol forte e alegre. Parecia incrível, mas havia uma dúzia de táxis à porta do Ministério. Os incêndios estavam apagados e já havia turmas trabalhando para consertar os principais encanamentos d'água arrebentados.


   Estão dizendo que só derrubamos 45, mas na certa e provavelmente outros 60 também. Eles não se atreverão mais a bombardear Londres. Se pelo menos tiverem juízo, não voltarão. Temos um novo aparelho que nos guia diretamente para onde eles estão, só nós superiores sabemos disso, mas é o que está dando certo no momento.


   "Haverá sempre uma Inglaterra", cantarolei aos soldados, levando uma imensa bandejas com bules de chá e pratos cheios de torradas como agradecimento. Esta canção não é muito popular por aqui, muitos há acham exageradamente sentimental. Mas naquele momento, por alguma razão, já não a considero assim. Logo depois, chamei a tropa para vasculhar em busca por sobreviventes.


   É nessa madrugada escura que a saudade aumenta. Parece que nós perdemos todo o sentimento de solidariedade. Mal nos reconhecemos quando a nossa imagem de outrora cai debaixo do nosso olhar de fera perseguida. Somos mortos insensíveis que, por um estratagema e um encantamento perigoso, podemos ainda correr e matar. Estamos ainda lutando por algo que não sabíamos mais o que, olhávamos para o lado e não se via mais casas, não se via mais céu, não se via alegria.


   No Pacífico, as batalhas entre o Japão e os Estados Unidos, lembrando que estavam sendo auxiliado por nós e pela Austrália, continuaram e marcaram um dos períodos mais tristes da história da humanidade.


   Esta Segunda Guerra foi muito mais intensa que a primeira, como meu pai me escrevia. Começava pelos equipamentos usados, até os números das mortes e tipos de utilitários usados.


   É 2 de setembro de 1945, o seu fim foi datado, eu vivenciei o Japão rendendo-se. Era o final da Guerra. Com apenas um pedaço de minha perna e com o fim da guerra foi quando consegui abrir meus olhos e ver todos aqueles vermes aproveitando do resto que tinha de minha carne, os soldados me levaram com urgência para o único hospital que ainda havia sobrevivido, o hospital que conheci Mary Ellen Dessamust, minha esposa, a mulher da minha vida. Logo quando entrei no quarto, vi aquele rosto maravilhoso que me acalmava tanto. Tinha se passado sete anos e ela continua tão linda, um rosto preocupado e dócil ao mesmo tempo, estava deixando a minha preciosidade, comecei a chorar com o impulso que meu coração estava batendo, abracei-a forte e com muito desejo de vê-la e ver o meu filho. Não dissemos nada, apenas a entreguei uma carta que na noite passada havia escrito. Como meu pai, tive um sonho, onde eu seria atingido pelo inimigo e não sobreviveria por muito tempo. Pelo menos tive curtos dois meses para me despedir daquele jovem.



   Lembrei-me de uma das cartas em que meu pai me escreveu falando sobre o Dia-D, que era um código para marcar o início de uma operação, em que sua fase de planejamento, leva em consideração que várias medidas devem ser tomadas antes e após o início dos combatentes e que devem ser organizadas em função da data e hora precisas da operação. entretanto, tendo-se em vista que vários fatores podem alterar o dia do início de qualquer operação militar ,seria impossível  e até mesmo inseguro fazer circular vários documentos  seria impossível e e até mesmo inseguro fazer circular vários documentos contendo a data específica. Assim o planejamento é estruturado marcando-se o dia(D), Hora(H) e Minuto(M) do começo da ação. Era 6 de Junho de 1944 o chamado dia D, reuniu cerca de 100 mil soldados, com o apoio de 6 mil navios e 5 mil aviões, que desembarcaram na costa da Normandia, França, abrindo uma nova frente de guerra no oeste. 

   Pedi que assim que chegasse em casa, lê-se a meu menino o que ali eu tinha escrito. E com a certeza que assim fez, o sargento e uma irmã oraram por mim, pedi perdão por todas as mortes que não consegui cessar.


   Sei que escrevi naquela correspondência tudo o que eu queria ter dito ao meu filho nesse longos anos.


" Querido Joseph II,


   Esta é a última carta que escrevo a você, meu amado filho. Foram tantas que lhe escrevi, para mim eram como um balsamo na minha alma, faziam-me ficar mais perto de você. E esperava cada resposta como uma cura que aliviava os tormentos que vivi.


   Existe algo ilimitado no amor de um pai, algo que não pode falhar, algo no qual acreditar mesmo que seja contra o mundo inteiro. Tal qual o amor de um filho, e foi o meu amor por você e o seu amor por mim, que me fez aguentar tantos horrores. Nos dias da nossa infância, gostamos de pensar que nosso pai tudo pode; eu pensava assim quando criança, meu pai tudo podia, era herói. Quero ser assim lembrado, não por ter servido ao nosso país, não por ter estado numa guerra, não me orgulho disso. Muitas vezes abaixei minha cabeça para lembrar de você, pensar como você estava





   Também acabei vendo coisas que nenhum humano deveria ver, como uma mulher sendo espancada e humilhada, pela população alemã, pelo simples fato de ser judia, já que naquele momento Hitler buscava a expansão territorial, causando então as mortes dos judeus, por serem considerados uma raça imunda.




   Até mesmo os oficiais estavam fazendo os jovens soldados alemães, chorar de medo



   Em um campo fora de Varsóvia, uma menina polonesa, por volta de 10 anos, chorava sobre o corpo da suposta irmã. Enquanto colhia batatas ela foi morta por um alemão, que tinha nas mãos uma metralhadora e que buscava matar os judeus.



   Acabei compartilhando meu próprio alimento com as crianças italianas ,,,



... até mesmo com animais



   A unica parte em que me senti feliz, foi quando elevamos a bandeira inglesa para o alto





   Com todos esses fatos que lhe conto nesta carta, só quero ser lembrado por você como um pai que muito te amou, se servi ao exercito de nosso país, foi também por amor ao meu filho, para que um dia, pudesse viver em um mundo sem guerras, onde o ser humano não brigue por um pedaço de terra, não lance bombas em casas somente porque pensa diferente, sonhei com uma vida linda pra você. Viva-a por mim.


   Meu grande desejo é de te olhar mais uma vez nos olhos E dizer tudo que não tive tempo de dizer, eu seria sincero em cada palavra mesmo se você não entendesse pela sua pouca idade. Existe uma distância tão grande entre nós, que só ameniza quando fecho os olhos e lembro quando você nasceu, minha maior alegria na vida, nasceu dentro do período de guerra, uma esperança de que o mundo ainda era um lugar pra se viver e amar.

   A saudade no meu peito é grande e esse desejo de sentir teu abraço forte e frágil ao mesmo tempo. Que me dá forças para travar essa última batalha da minha vida.


   Querido Henry, lutei bravamente pelo teu amor e o da tua mãe, queria voltar pra vocês. Voltarei na figura de uma Medalha, que será entregue a você, quando eu me for, espero que a guarde sempre contigo, sempre que a ver já deteriorada pelo tempo, lembrará de teu pai.



General McKenna
De alguém que te amou muito, Joseph."