domingo, 27 de setembro de 2015

Nasci em Mississippi. no dia 26 de fevereiro de 1919, eu, Jonh Miller, venho carregando em meu corpo marcas de uma vida sofrida. Devido as complicações no parto, acabei pendendo a pessoa mais importante da minha vida, minha mãe Rochelle Miler. Devido a nossa baixa condição financeira, não tivemos condições de pagar um médico e o parto acabou acontecendo na rua.
Desde então passei a morar com meu pai, Joseph Miler, um engraxate negro que  era muito discriminado pela sociedade, pois além de ser um engraxate negro acabou se tornando pai solteiro e com isso nossa vida ia de mal a pior.
Durante toda minha infância moramos  com meus tios. Minha tia era dona de casa e cuidava de mim e meus quatro primos, meu tio, por sua vez, devido a crise de 29 se tornou um alcoólatra e vivia a migrar pelos bares da cidade, meu pai era o encarregado de trazer o sustento para nossa casa, devido a incentivos do presidente meu pai foi trabalhar em obras.
Apesar dos problemas que enfrentávamos, eu e meus primos abusávamos da sorte, brincávamos de atirar pedras em locais aleatórios e muitas vezes esses locais eram propriedades de pessoas brancas. Gostávamos de ir ate o bairro vizinho para fazer algumas molecagens como derrubar lixeiras, atirar pedras e roubar frutas. Em um belo dia fomos longe demais e sem saber acabamos por atirar uma pedra na casa de um soldado, ele nos perseguiu ate que conseguiu capturar meu primo mais novo, o soldado acabou torturando o pobre coitado em público até a morte.
Após a morte de meu primo, o preconceito e o racismo só aumentavam. Foi então que percebi que alguém teria que começar a fazer alguma coisa, pois não era viável viver nesse mundo coberto de intolerância.
Doze anos se passaram e eu acabei ingressando no exército afim de lutar e defender a honra de meu país, para ver se conseguia ao menos um pouco de respeito e decência nessa minha vida sofrida. Participei da Segunda Guerra Mundial na qual sofri bastante, levando tiros não fatais, vendo meus companheiros tendo partes dilaceradas por minas terrestres e todo tipo de desgraça acontecendo em meu redor. Quando achei que nada mais poderia piorar recebo uma carta da minha tia que dizia que meu pai foi assassinado por líderes da tão temida, KU KLUX KLAN, meu pai sofreu tortura e teve seu corpo carbonizado. Ao ler a carta, inconformado com tal notícia, juntei meus poucos pertences e retornei o mais rápido possível para casa.
Após mais uma grande perda resolvi voltar a morar com minha tia e meus primos, pois eram os únicos que ainda podia chamar de família. Passado algum tempo arrumei um serviço de entregador de jornais, onde entregava jornais pelas casas do bairro toda manhã.
Em uma manhã de um dia nublado, estava eu entregando os jornais pelas ruas do meu bairro, avistei então uma linda mulher negra, pela qual logo me interssei. Atravessei a rua e fui até ela e perguntei seu nome, assim descobrindo que seu nome era Judith Tyler. Logo começamos a conversar e desenvolvemos uma amizade.
Algum tempo depois nossa amizade acabou virando um romance, mas com esse romance também veio mais sofrimento, pois o racismo atingira seu auge. Se um negro sozinho já não tinha seus direitos imagine um casal de negros que não tem onde cair morto. Como meu salário não era dos melhores, Judith saiu a procura de um emprego, logo encontrando um em uma casa de família.
Meses após começar a trabalhar, Judith descobre que está gravida, e então apressamos nosso casamento. Foi uma cerimônia simples com apenas com alguns parentes. Pouco tempo depois Judith já não consegue desempenhar suas devidas funções em seu trabalho, e acaba por pedir demissão.
Sem condição financeira acabamos morando de favor na casa de minha tia. Foi então que no dia 21 de dezembro de 1953 veio ao mundo nosso primeiro filho, Christopher Miler. Após algum tempo notei que a cor da pele do garoto não era tão escura quanto a nossa, era moreno. Fui então perguntar a Judith se ela sabia o porque dessa diferença, ela não aguentou e acabou me contando que sofria abusos sexuais de seu antigo patrão e havia possibilidades do filho ser dele.
Com  quase certeza de que o filo não era meu, decidi sair de casa e a deixei morando com minha tia até ter condições de se mudar. Após trabalhar bastante, consegui alugar uma casa no subúrbio do bairro mais pobre da cidade, onde me deparei com as piores condições de vida que um ser humano poderia suportar e para piorar esse bairro era alvo direto da temida "KKK".
Apesar de não ter acompanhado o crescimento de Christopher, Judith sempre me mandava cartas relatando como estava a situação deles. Então que em 1968, Judith parou de me mandar cartas. Preocupado com o fato, procurei saber oque tinha acontecido e descobri que Judith também havia sido atacada pela KU KLUX KAN, assim não resistindo ao ataque. Foi então que tomei a decisão de procurar Christopher e pega-lo para criar.
Em um belo dia encontrei Chrisopher na rua de o reconheci pelos seus belos olhos brilhantes, mas ele não era mais um garoto, já estava se tornando um rapaz e se desviando para o sub mundo do crime. Foi então que contei quem eu era, o expliquei tudo oque se passou em sua vida quando nasceu. Depois de conversarmos bastante, acabei o convencendo a largar o mundo da perdição e me acompanhar para ter uma vida digna. Ele aceitou a proposta e então veio morar comigo, largando assim o mundo do crime.
No mesmo ano tive uma grande decepção, um dos meus maiores ídolos acabara de perder a vida, Martim Luther King, um ídolo para a nação afrodescendente, que lutava pelos direitos civis da população negra. Um dos maiores discursos memoráveis de Martin Luther King ao meu ver: " Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentamos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. Eu tenho um sonho que um dia está nação se levantará e viverá o verdadeiro significado da sua crença - nós celebraremos essas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos de os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar junto a mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho que um dia até  mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor da opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver um uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje". No ano de 1963 organizou um protesto que reuniu cerca de 300 mil pessoas em Washington.
Ainda em 1963, também ganharam destaques o grupo panteras negras e o ativista muçulmano Malcolm x. Ambos reivindicavam igualdades de direitos civis entre brancos e negros. Com a lei sessionada por John Kenedy no mesmo ano, os negros teriam os mesmos diretos que os brancos, fazendo assim uma só nação.

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